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quarta-feira, 16 de fevereiro de 2011

Berlim, the must!


Obra em exposição no Edifício Tacheles



Sinfonia para os olhos: fachada da Filarmônica de Berlim, em noite de lua cheia!


Edifício Tacheles, no descolado bairro do Mitte. Balada e marcas de bomba


Trabalhando de bike, o melhor jeito de rodar pela cidade


Um dos meus trechos preferidos do que restou do lendário Muro de Berlim

O ano de 2009 foi marcante para a Alemanha. Em outubro, o país comemorou 19 anos da sua reunificação e, no dia 9 de novembro, completaram-se 20 anos da queda do histórico Muro de Berlim. Desembarquei na terra de Bach, Goethe e Beckenbauer para gravar uma edição especial da TV TAM Nas Nuvens. E, pela primeira vez, pude sentir, in loco, a importância daquele lugar. De uma maneira geral, dá para dizer que, em uma semana, aprendi sobre séculos e séculos de História. E não apenas recomendo como garanto que viajar à Alemanha é experiência essencial a todo turista que se preze. Minha primeira parada foi Berlim, uma das cidades mais fascinantes em que já estive (e ouço o mesmo de 10 entre 10 pessoas que passaram por lá!). A capital da Alemanha é uma mistura de modernidade e tradição, elegância e estilo underground, cultura e informações históricas por todos os lados. Aliás, cada canto da cidade tem um significado histórico, começando pelo Reino da Prússia, passando pela era dos cabarés (Berlim foi pioneira dos cabarés, lançando moda em toda a Europa), chegando ao momento do nazismo, do socialismo e das marcas causadas durante a 2ª Guerra Mundial. Se estiver por lá, você também vai notar que Berlim tem vários espaços vazios, conseqüência de construções que vieram abaixo em meio a tantos bombardeios. Por isso, a cidade está continuamente em “obras” (e aí vai uma exclamação: “esse lugar vai ficar ainda mais incrível daqui a alguns anos!”).
Antes uma cidade dividida entre os lados oriental e ocidental, hoje Berlim é habitada por gente de todos os cantos do mundo (e o que mais me chamou a atenção foi a enorme quantidade de turcos, muito simpáticos, diga-se de passagem. Especialmente os taxistas, que gostam de bater o maior papo com a gente, mesmo que seja em alemão e mesmo que você não fale alemão!!). Mas, conversando com os berlinenses que vivenciaram o período de divisão, entendemos que, ainda hoje, existem marcas que vão além das chamadas 'cicatrizes' do muro, espalhadas por várias ruas (e preservadas para que ninguém se esqueça do que um dia aconteceu por ali). Um pouco utópico acreditar que eles se sintam parte de uma única Alemanha, já que duas décadas ainda não foram suficientes para diluir alguns sentimentos criados ao longo das quase três décadas em que o muro esteve em pé.

É interessante como, em meio a mais esse período comemorativo, os berlinenses ainda estejam vivendo o que se chama de 'ostalgie', uma brincadeira com a palavra ost (leste, em alemão) e nostalgie (nostalgia). Existe no ar uma certa saudade do estilo de vida na antiga Berlim Oriental, incluindo os produtos típicos que existiam lá (como o tradicional pepino em conserva, o design dos móveis, o Trabant, um carro típico da Alemanha Oriental e por aí vai...). Bom, pra entender direitinho o que aquele período tinha de autêntico e que hoje é cult, aí vai a primeira dica: se não viu, corra a uma locadora e alugue o filme Adeus, Lênin! Se já viu, e acabou de voltar de lá, é uma ótima chance de ver com outros olhos e querer voltar a Berlim muito em breve. Auf Wiedersehen!!! (ou seja: Até logo!!!)

A seguir, dicas bacanas para curtir na cidade:



Onde ficar
 East Side Hotel (Mühlenstraße, 6 Kreuzeberg) a dica aqui não vai pelo conforto das camas, mas sim pela atmosfera do hotel. Se escolher um dos quartos que ficam de frente para a rua principal, você sentirá algo parecido como viver na Berlim de outros tempos. Da janela do quarto é possível ver o maior pedaço do muro ainda erguido. Conhecida como East Side Gallery, essa área foi grafitada por artistas que criaram no muro imagens coloridas e o transformaram em um símbolo de esperança e convivência pacífica. De volta ao hotel, sem luxo mas com preço convidativo, vale também pelo bem completo café da manhã, servido no mesmo ambiente que, à noite, vira um open bar (bata um papo com o garçom da noite que, além de gentil, é uma fonte de dicas descoladas, daquelas que só um berlinense é capaz de dar.)



Onde comer 
Monsieur Vuong (Alte Schönhauser Strasse, 46 Mitte) um restaurante vietnamita localizado no Mitte, bairro que foi o coração da antiga Berlim Oriental. Peça a tradicional sopa feita com lâmen, vegetais e temperada com ervas típicas vietnamitas. Saborosíssima, leve e ideal para preparar o estômago para os pratos típicos alemães que virão nos próximos dias da sua viagem. O ambiente é moderno e frequentado por gente dos quatros continentes. Pra se sentir cidadão do mundo!

Como ir
 O transporte público funciona perfeitamente em Berlim, tanto o metrô chamado de U-Bahn, quanto o trem urbano, S-Bahn. Mas é a Fahrrad, ou melhor, a bicicleta, a grande vedete da cidade. Berlim é toda plana e tem a maior rede de ciclovias da Europa (são mais de 620 quilômetros). Os berlinenses a usam como meio de transporte no dia-a-dia. Para os turistas, a dica é reservar um passeio com um guia que acompanhe e explique tudo o que você quiser saber. É só escolher o tipo de roteiro que pode variar da Berlim underground, passando pelo lado mais moderno da cidade até os pontos históricos essenciais, como a avenida Karl-Marx-Allee e até o bunker onde Hitler cometeu suicídio.

Para mais infos sobre roteiros de bike entre no site: http://www.berlinonbike.de/

O que ver 
Algumas coisas só podem ser imaginadas (e concretizadas) em Berlim, verdadeira capital da arte contemporânea. Na Oranienburgerstrasse, no bairro de Mitte, o Edifício Tacheles é parada imperdível. Um prédio que estava abandonado virou exemplo de cultura alternativa e original. Ocupado por artistas, o imóvel se transformou em galeria de arte durante o dia e balada (forte) durante a noite. As marcas dos bombardeios que o prédio sofreu ainda estão lá, compondo um visual inusitado com as belas e sensíveis obras de arte. Se você tiver dinheiro suficiente, compre uma delas (que pode chegar a custar até 900 euros), mas se não for o caso, dê uma ajuda ao artista contribuindo com o sugestivo valor de 1 euro! Mas seja generoso: com certeza ele vai enriquecer a sua bagagem cultural com um valor bem maior que esse.

Onde fazer compras
 Está com pouco tempo em Berlim? Então, vá direto à Kaufhaus des Westens, ou simplesmente, KaDeWe (rua Tauentzinstraße, 21-24). Este templo das compras existe desde 1907, é uma das mais antigas lojas de departamento da Europa. São 20 mil metros quadrados com artigos de todos os tipos, desde marcas de designers internacionais, joalheria, acessórios, cosméticos e iguarias de todo o mundo. Aliás, não existe nada igual a área gourmet!


Museus Como escolher entre centenas de museus? A dica é se concentrar na sua área de interesse. Mas se tudo lhe parecer interessante, respire fundo e vá a chamada Ilha dos Museus. O local, que fica mesmo em uma ilha no rio Spree, no centro da cidade, abrange cinco importantes “templos”, o suficiente para ter tornado essa área Patrimônio Cultural da Humanidade. Se tiver que escolher (e você terá, porque é praticamente impossível visitar tudo) fique com o Pergamon e o Altes Museu.
Mas se também entrar na onda da Ostalgie, conheça o pequeno DDR Museum (Karl-Liebknecht-Strass, 1) que traz objetos originais da vida durante a República Democrática da Alemanha. Estão lá os famosos pepinos em conserva, o carrinho típico Trabant, móveis, livros e muito mais. E o mais legal é que tudo é interativo, ou seja você pode tocar, entrar, sentar...

O que ouvir 
Berlim tem um insistente ruído de sirenes de ambulância que persiste durante o dia e a noite. Mas definitivamente não é esse o som que conferiu fama e prestígio internacionais a cidade. Ir a um concerto na Filarmônica de Berlim (Herbert-von-Karajan-StraBe, 1) é uma experiência inesquecível. Não há nada igual a ouvir música clássica, no templo da música clássica! Se você estiver com sorte, pode conferir o trabalho do cultuado maestro Daniel Baremboim, um dos nomes mais importantes da música erudita mundial. Argentino, naturalizado israelense e judeu, ele mora em Berlim e foi o primeiro estrangeiro a reger na cidade, logo após a queda do muro.



Baladas
 Se você foi a Berlim e não caiu na balada, volte! Fica difícil indicar um ou dois lugares em uma cidade que é conhecida pela “melhor noite do mundo”. Aos sábados, pra começar, vá ao Panorama Bar, que fica dentro do famoso Clube Mega, em Berghaim. Dê uma volta pelo bairro de Kreuzberg, atual point do agito noturno, e você certamente encontrará um bar ou um clube que vai te agradar. No centro, algumas ruas são escolhas certas como a Oranienburger Strasse, a Hackescher Markt e a Friedrichshain. Agora, se estiver no pique de algo muito inusitado, vá dar uma espiada no que rola no Kit Kat Club, mas prepare-se: é um clube de fetiche. Isso é Berlim!!




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